Raimundo Teixeira Mendes e o rascunho original da Bandeira do Brasil. Imagem: Acervo IHGC e colorização de Brunno Coutro; Senado Federal.


A frase “Não há história do Brasil sem a história de Caxias”, de autoria do Dr. Arthur Almada Lima Filho, já é bastante conhecida e é sempre usada quando alguém quer fazer alguma alusão a um fato histórico de importância de nossa cidade. E são datas como a de hoje, 19 de novembro, Dia da Bandeira, que relembramos da importância dos filhos de Caxias para o resto do Brasil, seja na política, ciências, filosofias e artes em geral.

A Bandeira do Brasil é um dos símbolos nacionais, ao lado do Brasão Nacional, Selo Nacional e o Hino Nacional. Todo território soberano e países possuem sua própria bandeira, onde nela estão representadas seus principais símbolos e cores que são referências aquele povo e sua cultura.

Dos quatro símbolos nacionais oficiais, dois tem um pouco de Caxias. O Hino, com versos extraídos da ‘Canção do Exilio’, de Gonçalves Dias: “Nossos bosques tem mais vida / ‘Nossa vida’ no teu seio ‘mais amores’”. E a Bandeira Nacional, idealizada por Teixeira Mendes.

Raimundo Teixeira Mendes, nascido em Caxias em 1855, cresceu sob a forte influência política de sua família. O avô, também chamado de Raimundo Teixeira Mendes, foi Deputado e um dos líderes do Partido Liberal no Maranhão, na década de 1830. E foi assassinado por questões políticas que acabaram culminando na chamada Revolta da Balaiada. Seu tio, José Francisco Furtado, Senador pelo Maranhão, foi Conselheiro no Império de Pedro II. Não seguiu a carreira na política, mas do Liberalismo veio o interesse pelo Positivismo, doutrina filosófica inspirada no Iluminismo.

A Igreja Positivista do Brasil, nome que se adotou para expandir o pensamento positivista por aqui, foi fundada tem 11 de maio de 1881, por Miguel Lemos, no Rio de Janeiro. Teixeira Mendes, um dos fundadores ficaria na vice presidência da instituição.

Essa nova corrente de pensamento foi bastante difundida no Brasil no final do século XIX, principalmente por republicanos e abolicionistas. Um dos maiores setores que estavam sob essa influência era o meio militar, que tinha como personificação o professor da Escola Militar e Coronel Benjamin Constant.

Com a queda da Monarquia e a consequente instalação da República, em 15 de novembro de 1889, uma das primeiras ações dos novos mandatários foi a criação da bandeira no novo Brasil. A antiga Bandeira do Império foi adotada logo após a nossa independência, em 1822. E nela estavam várias referências a família imperial, como as cores verde e amarela, das Casas Imperiais de Habsburgo e Bragança. A nova bandeira nacional deveria representar os novos ideais humanistas e republicanos.

Foi então que quatro dias depois de proclamada a República, Raimundo Teixeira Mendes apresentou um rabisco com símbolos positivistas e a frase ‘Ordem e Progresso’. O desenho foi aprimorado pelo artista Décio Villares e assim, aceita por Deodoro da Fonseca, primeiro Presidente do Brasil. No dia 19 de novembro de 1889, o Brasil adotou oficialmente sua Bandeira Nacional, desenhada por um caxiense.

 

Texto: Eziquio Barros Neto

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