Imóveis históricos e abandonados com risco de desabamento em Caxias

Com a especulação imobiliária crescente e a procura por novos espaços comerciais populares que avança de forma voraz, descontrolada e sem normativas arquitetônicas em Caxias, os antigos e belos casarões que fazem parte de nosso acervo cultural estão sumindo, quer seja de uma simples reforma que altere uma cor até mesmo a demolição total do bem – o que vem se tornando comum nos últimos anos.

Da transformação do solo em uma mercadoria, onde se espera obter lucros maiores com investimento de terreno até a mudança dos usos dos imóveis da área central, de residências de famílias abastadas a pontos comerciais, os imóveis de interesse históricos datados do século XIX e início do XX, são os maiores alvos desse fenômeno, uma vez que estão em espaços estratégicos e bem localizados e possuem ampla área para construção. Isso faz com que muitos proprietários abandonem um imóvel na esperança de alugar ou vender esse bem.

Enquanto isso, o Poder Público, responsável legal pela preservação do patrimônio histórico, não leva adiante as políticas públicas que ajudam a evitar essas questões. E a sociedade caxiense assiste, dia a dia, a alteração da paisagem da cidade de forma lamentável.

Abaixo estão alguns desses imóveis situados no Centro Histórico de Caxias, belos exemplos arquitetônicos e de suma importância como locais de memórias, que estão abandonados e com sério risco de desabarem com a ação do tempo e do homem.

 

Residência Unifamiliar conhecida como Delfinlândia, devido a seu proprietário José Delfino da Silva, comerciante e político. Apesar de ser um dos mais belos exemplares da arquitetura caxiense, não foi o suficiente para garantir a sua preservação. Com o abandono dos herdeiros que saíram do imóvel no início deste século, a casa está aberta para desabrigados, usuários de drogas e um espaço de foco de doenças. Apesar de dois pedidos enviados a Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico para seu tombamento integral, instrumento jurídico que dá mais garantias para sua preservação, como receber recursos para este fim, nada foi feito.

 


Residência Unifamiliar construída por Eugênio Barros, industrial que foi Prefeito de Caxias, Governador e Senador pelo Maranhão. O imóvel já serviu de sede para o Juizado Especial Cível e Criminal. Atualmente encontra-se abandonado, porém, foi invadido por moradores que ocupam o espaço atualmente. Com a falta de energia e o acumulo de objetos de escritório e papeis do antigo juizado, a área é um risco iminente de incêndio, pois os novos moradores fazem o uso de lamparinas no dia a dia. Neste início do ano, parte do telhado cedeu. 

 

Detalhes da fachada do imóvel que pertenceu a Eugênio Barros. Além da péssima situação é possível ver pela bandeira da porta que o interior está sem a cobertura, o que acelera o desgaste da estrutura.

 

Sede do Clube Casino Caxiense, construído na década de 1950. Situado na rua Aarão Reis, um dos pontos mais importantes do centro de Caxias. O imóvel é um exemplo da triste realidade da situação do Centro Histórico de Caxias: a espera de seu desabamento completo para a especulação do terreno. 

 

Teatro Fênix. O teatro mais antigo do interior do Maranhão, com fundação na década de 1880, passou por diversas dificuldades até ser anexado ao colégio Ginásio Caxiense. Com o fim das atividades deste colégio, o teatro voltou a pertencer a Prefeitura Municipal. Desde então seu telhado ruiu, restando apenas a fachada. O acesso pela sua lateral está ocupado por um ponto comercial do ramo alimentício, apesar de fazer parte do complexo do teatro. O risco de desabamento é iminente, levando um risco não apenas ao bem patrimonial, mas a vida de quem trafega pela rua ou calçada da Aarão Reis.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

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