ACL completa 24 anos de existência

 

Sede própria da Academia Caxiense de Letras. Fonte: Eziquio Barros Neto.

Neste dia 15 de agosto a cidade de Caxias comemora não só o aniversário de ilustres, como Antônio Borges Leal Castelo Branco (historiador/magistrado) e o poeta Raimundo Nonato da Silva (Déo Silva), mas também de uma das casas mais célebres e responsável pela difusão e preservação de nossa cultura em geral: a Academia Caxiense de Letras, fundada em 1997.

Desde o início do séc. XIX, surgiram em Caxias diversas instituições e sociedades que reuniam pessoas influentes na política, religião, comercio e sociedade em geral. Uma das mais destacadas era a Maçonaria que reuniam abolicionistas, liberais e republicanos, que organizavam eventos sociais e serviam como base para debates e decisões da cidade. Paralelo a essas autoridades, surgiam grupos de músicos e artistas em geral que se reuniam em eventos festivos para celebrar datas e seus ofícios. Com a criação do parque têxtil, vieram clubes sociais da nova classe, os operários, como o Centro Artístico e Operário Caxiense e a União Artística Operaria Caxiense.

Mas foi só na década de 1940, que intelectuais resolveram fundar uma sociedade com os padrões das demais academias, como a Academia Brasileira de Letras (ABL, fundada em 1897) e a Academia Maranhense de Letras (AML, fundada em 1908), essas influenciadas pela Academia Francesa de Letras (1635), que definiu algumas simbologias, como o número de 40 membros e a sua ‘imortalidade’.

Em 1947 era fundado o Centro Cultural Coelho Neto, com total de 30 membros efetivos com seus respectivos patronos, além de sócios honorários e beneméritos. Por cerca de trinta anos, o CCCN incentivou e festejou datas importantes de nosso calendário, organizou eventos e representava a sociedade em geral nas solenidades políticas e culturais. Surgiram outros grupos, como o Centro Cultural Caxiense (CCC), fundado em 1955, mas efêmera duração.

Com o fim do CCCN, criou-se em vácuo na cidade que fosse um difusor de nossa cultura. Diversas tentativas de se criar uma academia de letras ou o instituto histórico caxiense foram realizadas, mas todas em vão.

Até que em 1997, a cidade diante de uma nova perspectiva cultural em Caxias, diversos intelectuais se reuniram e finalmente fundaram a Academia Caxiense de Letras. Com total de trinta membros, sendo cinco mulheres, fora posteriormente aumentada para mais dez cadeiras (sendo duas mulheres), para se igualar as demais academias pelo Brasil.

Situada em sede própria em um histórico casarão datado do século XIX, e que já fora casa comercial, residência e escola, a ACL está desde então de portas abertas a toda a sociedade caxiense. Seja realizando eventos culturais com lançamento de livros, palestras e recebendo visitantes de escolas e outras cidades. Sua biblioteca está sempre aberta para pesquisadores e quem queria conhecer mais sobre nossa história, disponibilizando diversos livros, jornais e documentos.

Este ano de 2021, a Diretoria declarou como “Ano João Mendes de Almeida”, pelos 190 anos do ilustre advogado caxiense que foi um dos redatores da Lei do Ventre Livre. Também foi disponibilizada inscrições para novos membros com a vacância de cinco vagas, sendo quatro por falecimento e um por mudança de categoria, feita pelo confrade Antônio Augusto Ribeiro Brandão, que passou a ser Membro Honorário. 

Parabéns a Academia Caxiense de Letras pelos seus 24 anos de existência.

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