DIa das crianças

 


O Dia das Crianças era um dos dias mais aguardados do ano em meu tempo de garoto, junto do aniversário e Natal, pois assim como essas datas, ganhava-se presentes. Porém, não eram os presentes tão desejados e aguardados durante o ano, como o lançamento daquela linha de bonecos dos desenhos animados que passavam na TV, eletrônicos importados ou até mesmo uma bicicleta. Esses ficavam para as duas datas mencionadas acima. Eram caros e não tão simples de encontrar naquela Caxias da década de 1980/90, portanto, havia a necessidade dos pais juntarem um bom dinheiro para programar esse presente.

Meu filho, o que você quer de presente? Vamos no Calçadão escolher”, dia meu pai e minha mãe. Os brinquedos que ganhávamos eram mais simples, como carrinhos de puxar, um kit colecionável ou outro boneco mais em conta. Mas para criança, brinquedo é brinquedo, da forma mais simples que for. Se usa a imaginação para dar vida e se encontrar diversas utilidades para aquela forma de plástico.

E assim como o Natal em que todas as crianças ganhavam algo, no Dia das Crianças a garotada se reunia com os amigos para mostrar o presente e brincar em grupo. O local era na porta de casa, na rua ou na praça, no meu caso a da Catedral, o QG de nossa turma.

Carrinhos? Era hora de apostar uma corrida onde cada um saia correndo puxando o seu potente automóvel. Revolver de espoleta? Formávamos o time de bandidos x policiais, e iniciava-se o tiroteio imaginário pelas esquinas das ruas adjacentes. Bonecos? Procurávamos áreas de construção onde do amontoado de barro fazíamos castelos e fortalezas construindo ruas, cavernas e muralhas de defesa. Mas também havia outros tipos de brinquedos, como jogo de botão, onde duas crianças era necessário para se jogar. E a bola de futebol? Embora geralmente um já tivesse uma ‘bola de couro’, como chamávamos as bolas que não eram de plástico, uma nova sempre era bem-vinda para substituir aquela tão surrada de correr no asfalto das ruas de Caxias.

Alguns clubes da cidade, como o Alecrim e a AABB, realizavam atividades na cidade com brincadeiras e jogos esportivos. Campeonatos com troféus para times de futebol de todas as idades, natação, brincadeiras em grupo, etc... O Clube Alecrim era uma alegria só, lotado de famílias onde passávamos o dia todo na diversão e comendo as tradicionais batatas fritas (as vezes o único tira-gosto de lá) e muito refrigerante.

No meu Dia das Crianças não era o brinquedo o mais aguardado. Era a brincadeira que dele fazia em conjunto dos amigos. O compartilhamento das alegrias, dos encontros, da diversão. Essas coisas tão simples que até estão marcadas em minhas lembranças.

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